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BAUEN, dia 42

A partir de então, uma vez superadas as controvérsias, a resistência foi melhor organizada, distribuindo as tarefas de acordo com a capacidade e disponibilidade de tempo de cada um. A primeira coisa que lhes ocorreu foi que de todo o material em desuso e resíduos disponíveis poderiam conseguir algum dinheiro. Eles contataram um depósito de materiais recicláveis para ver o que poderia ser recuperado.

Havia pilhas de pastas velhas, papéis inúteis, ferro irrecuperável, colchões estragados e outros itens que sobravam dos móveis. Alguns tiravam as travas metálicas das pastas para encorpar o material ferroso, outros faziam fardos de papel e papelão, com os quais alguns saíram para “papelar” para aumentar sua renda. Além disso, através do MNER, eles fizeram diligências junto ao Estado, o que lhes deu acesso a alguns subsídios. Isto os ajudou a ter uma renda mínima e a receber caixas de alimentos básicos.

O MNER continuou sendo o protagonista nesse período. Alguns de seus ativistas estavam permanentemente no hotel, aconselhando e colaborando com o grupo. As outras empresas recuperadas contribuíram com sua solidariedade e alguns recursos, que não tinham de sobra. La Argentina, uma padaria recuperada por seus trabalhadores, doou pães e doces que sobravam do dia anterior para o café da manhã e lanches. A recém-formada cooperativa La Cacerola42 também lhes forneceu refeições quentes em tempo frio. Para se cobrir, as mulheres teceram cobertores. Com o avanço do inverno, o hotel não aquecido se tornava uma geladeira.

Naquela época, alguns veículos da mídia ajudaram a divulgar os problemas do hotel, o que facilitou os contatos solidários com outras organizações. Outros, porém, como “El Negro” González Oro na Rádio 10, os atacavam, acusando-os de usurpar propriedade privada, algo que seria repetido frequentemente ao longo da história da cooperativa por outros jornalistas da mídia hegemônica.

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