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BAEUN, dia 13

Capítulo 2

O enredo sombrio de Bauen SACIC

“Demasiado dinheiro para alguns cavalheiros”, disse o senador de Macri, Federico Pinedo, quando se opôs à expropriação do hotel Bauen a favor da cooperativa quando esta foi debatida no Senado nacional. Trata-se de um lugar comum ideológico, também defendido por alguns juízes que se opuseram à constitucionalidade das leis sobre a expropriação de empresas adquiridas por trabalhadores, segundo as quais a base de “utilidade pública” em que estas regras se baseiam não tem sentido porque “um grupo privado” ou “um pequeno número de pessoas” estão envolvidos. Pode-se objetar a partir de muitos exemplos e razões pelas quais uma empresa recuperada pelos trabalhadores não é “um grupo privado” (embora de acordo com a lei argentina as cooperativas sejam entidades privadas, é claro que não são uma empresa propriedade de uma pessoa ou grupo empresarial com fins lucrativos e em muitos países do mundo são reconhecidas como propriedade social) e muito menos “um pequeno número de pessoas”, desenvolvendo atividades sociais, culturais e econômicas para o bem comum, e sendo basicamente um coletivo que põe de novo em funcionamento uma organização produtiva que reforça o tecido econômico do país e especialmente da localidade em que opera.

No entanto, no caso dos Bauen, isto é uma manifestação de total desconhecimento ou de fina hipocrisia, porque se havia uma situação em que um “grupo privado” recebia uma fortuna pelo gozo de um “grupo reduzido” de pessoas (neste caso Marcelo Iurcovich e a sua família) era precisamente a empresa Bauen SACIC. E essa situação teve lugar em tempos que estavam longe de ser democráticos, durante a ditadura civil-militar de 1976-1983.

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