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BAUEN, dia 19

As manobras de encadeamento de empresas que são compradas e vendidas para esconder os verdadeiros proprietários e a origem do capital, os empréstimos de bancos públicos que nunca são reembolsados, os cancelamentos de dívidas ou sua transferência para o Estado, as ações judiciais contra o Estado a fim travar as reivindicações (como o ladrão gritando “pegue o ladrão”), são as manobras típicas pelas quais os grupos empresariais da chamada “pátria contratante” crescem às custas do patrimônio público e enriquecem sem arriscar mais do que porções mínimas de capital (no melhor dos casos). Os Iurcovichs não são uma exceção, mas quase um jogador menor em comparação com o próprio grupo Macri, o que fez deste modus operandi uma constante1 e que faz de Marcelo Iurcovich parecer quase como um aprendiz.

Não é por acaso que esse tipo de manobra está na origem de várias empresas recuperadas posteriormente pelos trabalhadores, como o BANADE (e os trabalhadores fraudados e condenados ao desemprego) desempenhando o papel de figura de proa do Estado bobo. A história das recuperadas é frequentemente entrelaçada como resultado dos laços de solidariedade entre os trabalhadores durante os processos de recuperação. Mas muito antes disso, quando trabalhavam sob as ordens de seus chefes, muitas das empresas pré-existentes já haviam começado, sem que seus funcionários soubessem, a compartilhar certos elementos que refletem os fluxos econômicos e financeiros de um período da história econômica recente do país. Os trabalhadores do Bauen recuperaram o hotel após conhecer a história da imprensa recuperada por Chilavert, em uma reunião convocada pelos trabalhadores gráficos e realizada na mesma gráfica, mas no mesmo prédio. mas o nome de ambas as empresas já constava nos arquivos do Banco Nacional de Desenvolvimento em que estavam registrados os empréstimos concedidos aos empresários que os operavam.

Em um documento de 2001, que atualizou os valores devidos em pesos (pesos-dólares do ano 2001). pesos (convertibilidade pesos-dólares) para o ano 2000, os seguintes dados podem ser encontrados espalhados entre as 1.325 empresas devedoras, uma verdadeira multidão, correspondente às empresas que foram ou tentaram ser ocupadas e recuperadas:

  • Bauen SACIC (Arquivo 46.414), com um total de $85.476.895 em atraso e em situação 512;
  • Viniplast SAIC (Arquivo 49.170), com um valor total vencido de $4.383.493 e na situação 5;
  • Hilanderías M.G. SA (Arquivo 49.365), com um valor total de $2.818.226 em atraso e na situação 5;
  • Cerámica Zanon SACIM (Arquivo 45.959), com um total de $125.739 em atraso e na situação 5. 125.739 e na situação 5;
  • Cerámica Stefani Cutral-có SACIFA (Arquivo 46.555), com um valor total de $924.690 em atraso e na situação 5;
  • Gaglianone Est. Gráfico SACI (Legajo 42.082), com uma quantidade total de $13.669;
  • Sasetru SACIFIAE (Legajo 28.128), com um total de $26.144.239 em atraso e situação 6;
  • Elecrodomésticos Aurora SA (Legajo 33.210), com uma quantidade total de 3.819.984 e na situação 6;
  • Frigorífico Minguillón SA (Legajo 37.879), com um montante total de 59.733.947 e na situação 6;
  • Frigorífico Yaguané SACIFA (Arquivo 43.104), com um saldo total de 42.246.746 e na situação 6.

  1. Como mostra, por exemplo, o caso do cancelamento de dívida pelos Correios argentinos realizado por Mauricio Macri à sua própria família quando chegou ao poder e que eclodiu em fevereiro de 2017.N
  2. A situação 5 corresponde às dívidas judicializadas e a 6 àquelas que ainda estavam litigando em processos falimentares.
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