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BAUEN, dia 4

Os manifestantes iam se formando com um fluxo que se renovava. Trabalhadores do hotel ou de outras cooperativas e empresas recuperadas, membros da Federação Argentina de Cooperativas de Trabalhadores Autogeridos (FACTA), militantes e ativistas solidários com o BAUEN iam se revezando para garantir uma presença permanente ao longo de todo o dia, enquanto notícias e rumores circulavam entre eles. Alguns policiais acompanhavam o cenário e desviavam o trânsito que vinha pela avenida Entre Ríos. O Congresso estava fechado e não havia possibilidade alguma de se aproximar mais do lugar onde estavam decidindo parte do destino da cooperativa. A expectativa ia aumentando, e praticamente não havia notícias sobre o que acontecia dentro do plenário, onde estavam debatendo nada menos que o orçamento nacional. Além disso, a Câmara de Senadores nem sequer permitiu observadores sendo que nenhum representante da cooperativa tinha tido até o momento chance de entrar.

O projeto havia sido apresentado pela manhã ao plenário de comissões que iriam tratar do assunto, mas não houve quórum. Deveria então ser tratado pelas casas, as quais teriam de votar em uma espécie de primeiro turno que tinha que passar para chegar à possibilidade da votação definitiva. Era uma corrida de obstáculos que era preciso superar antes da meia-noite, visto que a essa hora a sessão se daria por encerrada. Entre os manifestantes começou a circular, com nervosismo e humor, a comparação da carruagem da Cinderela que à meia-noite se converteria em abóbora. Caso se passasse da hora sem ser aprovada, a lei também se transformaria em abóbora.

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