Mas ao contrário do MNER, que era composto exclusivamente de empresas recuperadas, a Federação procurou desde o início ampliar seus laços com outros coletivos de trabalhadores autogeridos.
Resino continua:
Somos cooperativas de trabalhadores que são empresas autogeridas, porque algumas são empresas recuperadas e outras são cooperativas, que embora não sejam recuperadas no sentido amplo da palavra, são cooperativas que tornaram possível recuperar o trabalho e a dignidade dos camaradas que as compõem e que também autogerem seu destino, por isso as chamamos de Federação Argentina de Cooperativas de Trabalhadores Autogeridas. Qualquer tipo de cooperativa pode estar aqui, pode ser uma cooperativa de trabalhadores, uma cooperativa de serviços, uma cooperativa habitacional. A condição que estabelecemos é que eles devem ser autogeridos e que deve haver uma relação horizontal dentro da cooperativa.
O papel do BAUEN foi importante para o tecido social e político que formou a Federação. Resino também destaca:
(…) o que significa o BAUEN, sua relação e sua localização geográfica, que se torna um núcleo de relacionamento com outros tipos de trabalhadores, por exemplo, o Cassino1. Todo o conflito dos trabalhadores do Cassino foi desenvolvido em assembleias que aconteceram no BAUEN, o mesmo com o pessoal dos Correios, os trabalhadores do Metrô, e tantos conflitos acontecem, são desenvolvidos e as decisões são tomadas dentro do BAUEN, e acreditamos que todas estas questões precisam ser levadas ao coração da Federação.
Com isto, a FACTA fez uma declaração clara sobre o pertencimento à classe trabalhadora e nesse sentido, “que toda luta, de todo trabalhador, é também sua luta, e que não importa se o camarada é um dependente ou parte de uma cooperativa”.
- O conflito dos trabalhadores do Cassino de Buenos Aires ocorreu em 2007, época das declarações de Fabio Resino à mídia alternativa Ágora TV.↩